“Sicários” contou com auxílio de toda a comunidade escolar e ressaltou o potencial criativo dos estudantes do local

Uma produção feita com muito esmero e fidedignidade às raízes históricas do Cangaço. Mais do que um estilo de vida, o curta-metragem “Sicários” retrata, de forma implacável, regado à muita criatividade dos jovens estudantes da Escola Estadual Antônio Azevedo (EEAA), de Jardim do Seridó, as marcas deixadas pelo povo corajoso que carregava a brava colocação social de quem não temia a nada, mas lutava por tudo.

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A produção, que, despretensiosamente, conquistou prêmios em seis categorias no 3º Festival Curta Caicó, surgiu a partir de programas pedagógicos desenvolvidos na escola: “A hora e a vez da leitura” e o “Arquiteto do planeta”, propostos para fomentar a produção literária e cultural dos estudantes. Durante o programa, um dos grupos ficou com a temática do Cangaço e, após seis meses de pesquisa e produção, um resultado, como diz o roteiro, espetacular: uma peça teatral que, segundo ex-diretor do colégio Mário Fernandes, ganhou o público local e teve que ser apresentada 14 vezes.

“A cada nova sessão do espetáculo, um novo grupo chegava pedindo uma nova sessão. Após 14 vezes dos nossos estudantes subirem ao palco, os moradores da região ainda solicitaram a gravação de curta-metragem, para a preservação de todo o conteúdo artístico desenvolvido na peça inicial”, destaca o ex-diretor, Mário Fernandes.

Segundo ele, rapidamente, foram RESOLVIDOS os trâmites para a viabilização da produção do material.

“O Governo do Estado do RN liberou o valor de R$ 9 mil reais, que foi inteiramente voltado para produção. Para fazermos o lançamento, providenciamos uma campanha solidária entre os comerciantes, pais dos alunos, moradores e, com o valor arrecadado, alugamos telão de 6 metros, som, 600 cadeiras e fizemos o lançamento em praça pública que realmente foi muito bem recebido pela cidade”, sinalizou.

O curta foi produção pioneira da Escola Estadual Antônio Azevedo, em novembro de 2019; mesmo assim, o talento de todos os envolvidos na obra: “Sicários: entre bornais e patentes” brilhou e conquistou espaço na terceira edição do festival. “A motivação da equipe, a dedicação de todos os envolvidos, a condução do diretor do curta e o empenho da comunidade escolar resultaram no sucesso no êxito do projeto, que ganhou seis categorias no festival”, destacou a atual diretora da escola, Maisa Maria, que na época era coordenadora pedagógica e professora nas turmas dos 8º e 9º ano.

“Os resultados desse curta nos provam que a escola pública também pode ir muito além das paredes de uma sala aula. Mas, para isso, é preciso que a comunidade escolar seja participante e apoie o trabalho de gestão. O envolvimento da comunidade foi um fator indispensável”, ressaltou Maisa Maria.

A cerimônia de premiação trouxe muita emoção. Na ocasião, Sicários recebeu seis prêmios, sendo: “Prêmio da Crítica”, concedido pela Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Norte, além do prêmio de “Melhor Ator”, “Melhor Som”, “Melhor Fotografia”, e “Melhor Direção de Arte”. Além de tudo isso, dentro da categoria “Júri Popular” conquistou o 2° lugar.

Nas redes sociais, a direção da escola publicou: “Essas vitórias têm o nome de Jardim do Seridó estampada nelas, e esse é o maior orgulho de todos da EEAA. Nossa gratidão aos organizadores, colaboradores, jurados, e sobretudo ao público. Os alunos participantes do projeto estão em faixa etária de 7 a 15 anos.

3º Festival Curta Caicó
Marcou presença na quarentena com programação realizada de 8 a 16 de agosto, com exibição de 115 curtas-metragens produzidos em todo o País. O evento foi dividido em quatro mostras Competitivas (Nacional, Nordeste, Potiguar e Seridó) e seis Mostras Paralelas (Diversidade, Diálogos de Cinema, Cine Pax, Cine Rio Branco, Cine Alvorada e Cine São Francisco).

“Sicários”, de Gabriel Santos e Danúbio Silva.

 

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