[Vídeo] Empresário é preso no RN e cavalos e carros de luxo são apreendidos em operação da PF

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Um empresário foi preso no Rio Grande do Norte na manhã desta terça-feira (18) em uma megaoperação realizada pela Polícia Federal em combate ao tráfico internacional de drogas. Também no RN, em propriedades do suspeito, que atua no ramo de combustíveis, cavalos e carros de luxo também foram apreendidos. A PF divulgou imagens da ação (veja vídeo acima).

Os cavalos e os carros estavam em fazendas em Brejinho e São José de Mipibu. Em uma casa, em Parnamirim, os agentes ainda apreenderam um Porsche.

Megaoperação

A ação foi batizada de Operação Além-Mar. Ao todo, foram cumpridos 50 mandados de prisão temporária e 139 de busca e apreensão em 12 estados e no Distrito Federal. Além do RN, a ação aconteceu em Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e no Distrito Federal.

Operação Além-Mar

A Operação Além-Mar investiga um esquema de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.

Estão sendo cumpridos 139 mandados de busca e apreensão e 50 mandados de prisão (20 prisões preventivas e 30 prisões temporárias), expedidos pela 4ª Vara Federal – Seção Judiciária de Pernambuco.

Foi determinado, ainda, pela Justiça Federal o sequestro de aviões (7), helicópteros (5), caminhões (42) e imóveis (35) urbanos e rurais (fazendas) ligados aos investigados e ao esquema criminoso, além do bloqueio judicial do valor de R$100 milhões.

Participaram da ação aproximadamente 630 policiais federais.

Quatro organizações criminosas autônomas, atuando em conexão, viabilizavam o esquema de tráfico internacional de drogas investigado na atual operação, por meio do qual toneladas de cocaína foram exportadas para a Europa via portos brasileiros, especialmente no Porto de Natal/RN.

Neste fim de semana, no Porto de Natal, foram apreendidos mais de 700 kg de cocaína. Ela estava em um contêiner de carga para mangas que iria para a Europa, mas teve a viagem interrompida.

Células

A primeira célula do grupo, estabelecida em São Paulo/SP, promove reiteradamente a internação de cocaína através da fronteira do Brasil com o Paraguai, transportando-a via aérea até o estado de São Paulo e distribuindo-a no atacado para organizações criminosas estabelecidas no Brasil e na Europa;

A segunda, estabelecida em Campinas/SP, parceira da anterior, recebe a cocaína internalizada no território nacional para distribuição interna e exportação para Cabo Verde e Europa;

A terceira, estabelecida em Recife/PE, é integrada por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados, e provê a logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos contêineres;

A quarta parte da organização criminosa, estabelecida na região do Braz, em São Paulo/SP, atua como banco paralelo, disponibilizando sua rede de contas bancárias (titularizadas por empresas fantasma, de fachada ou em nome de “laranjas”) para movimentação de recursos de terceiros, de origem ilícita, mediante controle de crédito/débito, cujas restituições se dão em espécie e a partir de TEDs, inclusive com compensação de movimentação havida no exterior (dólar-cabo).

Prisões em flagrante e apreensões de drogas ao longo das investigações caracterizaram um modus operandi dividido em três fases:

INTERNAÇÃO da cocaína pela fronteira com o Paraguai e armazenamento no interior de São Paulo;

TRANSPORTE INTERNO da droga para as regiões de embarque marítimo e armazenamento em galpões;

TRANSPORTE INTERNACIONAL mediante embarque da droga em navios de carga (contaminação de contêineres) ou veleiros

Durante a fase sigilosa das investigações foram presas 12 pessoas e apreendidas mais de 11 toneladas de cocaína, no Brasil e na Europa, relacionados ao esquema criminoso.

Dentre esses presos estava um grande traficante, que permaneceu foragido da justiça brasileira por 10 anos e era procurado pela Polícia Federal e pela National Crime Agency – NCA, do Reino Unido. Ele foi preso em Jundiaí/SP em março/2019.

As investigações foram iniciadas no ano de 2018, a partir de informações difundidas à Polícia Federal pela National Crime Agency – NCA, como resultado de parceria estabelecida para reprimir o tráfico de cocaína destinada à Europa.

Mesmo diante da situação de emergência de saúde pública e o isolamento social imposto, o esquema criminoso não foi interrompido, tendo sido apreendidos, entre os meses de março/20 e julho/20, mais de 1,5 tonelada de cocaína.

Foto: Divulgação PF.

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