O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e o irmão, Roberto de Assis, chegaram ao Rio de Janeiro na tarde desta terça-feira (25) junto com o advogado brasileiro Sérgio Queiroz. O avião decolou de Assunção, no Paraguai, às 13h42.

O horário de chegada do voo não foi confirmado, mas o ex-jogador passou pelo saguão do Aeroporto Internacional Tom Jobim – o Galeão – por volta das 16h40.

Fãs que esperavam o ex-jogador de futebol no aeroporto gritavam palavras de apoio para Ronaldinho após ele passar mais de cinco meses preso.

“Ele voltou para casa, o bruxo tá de volta! Agora está tudo bem”, gritou um fã no saguão do aeroporto.

O ex-jogador, no entanto, não falou com ninguém. Os ex-atletas foram libertados da prisão domiciliar no Paraguai, na tarde de segunda-feira (24), mediante pagamento de multa de R$ 1,1 milhão. Eles estavam detidos preventivamente havia mais de cinco meses após entrarem no país com documentos paraguaios adulterados.

De acordo com o documento, de autorização da saída do país, os três passageiros do voo e os tripulantes foram orientados a seguir as medidas sanitárias de prevenção ao novo coronavírus.

Decisão

Segundo o acordo, Ronaldinho Gaúcho deve pagar mais de R$ 500 mil, e o irmão dele, condenado por uso dos documentos falsos, mais de R$ 600 mil.

Conforme sugerido pela defesa, o valor total da multa será descontado dos mais de R$ 8,9 milhões depositados como fiança, em abril, para a concessão da prisão domiciliar. Segundo o juiz, cerca de R$ 7,8 milhões serão ressarcidos à dupla.

Como a Justiça acatou o pedido do Ministério Público, após o prazo legal, o processo será arquivado. O juiz informou ainda que o valor da multa será utilizado no combate à Covid-19 no Paraguai.

Prisão no Paraguai

Ronaldinho e Assis estavam detidos desde março, após entrarem no Paraguai com passaportes e documentos paraguaios adulterados. Outras três pessoas foram presas na ocasião.

De acordo com o promotor paraguaio Federico Delfino, existia um processo de naturalização no Paraguai aberto para Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis Moreira. Segundo ele, o procedimento corria à revelia dos dois brasileiros.

Ainda segundo Delfino, o esquema também envolveria um funcionário público paraguaio, que teria apresentado uma série de documentos à Direção de Migração do Paraguai para naturalizar os dois irmãos.

Ao envolver órgãos oficiais paraguaios, o caso se ampliou no país. Em 5 de março, o diretor geral da Direção de Migrações, Alexis Penayo, pediu demissão do cargo e criticou o Ministério do Interior pela demora na resolução do caso envolvendo Ronaldinho Gaúcho.

Inicialmente, o Ministério Público do Paraguai decidiu não acusar Ronaldinho e Assis por terem entrado no país com passaportes adulterados. De acordo com os promotores, os dois admitiram o erro — e, assim, a promotoria entendeu que eles “foram enganados em sua boa-fé”.

No entanto, o juiz Mirko Valinotti, do Juizado Penal de Garantias de Assunção, que ouviu os brasileiros, rejeitou o pedido do MP na ocasião.

Após a audiência que durou seis horas, o Valinotti decidiu que os dois seguiriam sendo investigados. A Justiça do Paraguai determinou a prisão preventiva dos irmãos Assis Moreira, alegando “risco de fuga e que o Brasil não extradita seus cidadãos”. No país, a prisão preventiva pode durar até seis meses.

Em 7 de abril, o juiz do Paraguai concedeu prisão domiciliar aos irmãos. Eles pagaram fiança de 1,6 milhão de dólares e, desde então, estavam hospedados em hotel no centro de Assunção, proibidos de deixar o pais.

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