Segundo a Receita Federal, o Rio Grande do Norte registrou 9.230 novos microempreendedores individuais de janeiro a primeira quinzena de agosto de 2020. Os dados representam um avanço diante do cenário atual de retração da economia do país, segundo o Sebrae. Em 2019, foram 7.921 micro entre março e julho.

Para David Góes, consultor do Sebrae no estado, o desemprego e a insegurança econômica foram os diferenciais para que o número de MEI’s aumentasse.

“Muitos profissionais que perdem seus empregos enxergam o empreendedorismo como uma fonte de renda. Muitos começam a trabalhar de forma caseira e a partir daí, se formalizam, empreendem, diversificam mercados, começam a ganhar volume e acabam profissionalizando o seu negócio nesse período que, para muitos, é difícil, mas para outros acaba sendo um escape. E eles começam a enxergar uma oportunidade de negócio onde muitos não enxergam anteriormente”, considera.

Luciana Toscano foi desligada da empresa onde trabalhava há mais de seis anos e, no meio da pandemia, resolveu empreender – montou o próprio negócio. Com a família inteira envolvida, ela atualmente faz parte dos mais de nove mil MEI’s que se formalizaram este ano. A ideia surgiu dos hamburgueres artesanais que o filho dela fazia em casa.

“Juntei a minha vontade de empreender com a vontade do meu filho também. Decidi me reinventar, meu filho começou a fazer hambúrgueres em casa e surgiu a ideia. Eu disse: ‘filho, porque a gente não abre uma hamburgueria?’ E ele ficou muito feliz”, diz.

Mas abrir um negócio em meio à pandemia trouxe grandes desafios. A hamburgueria da Luciana já funciona com atendimento presencial, seguindo todas as diretrizes da segurança sanitária, como distanciamento entre as mesas, tapetes sanitizantes e álcool em gel. Mas há um mês, o serviço era todo planejado para o delivery.

“A gente começou em plena pandemia só com o delivery e deu muito certo, porque as pessoas estavam em casa e o que funcionava era a mídia. E eu explorei bem a mídia (social). Agora continua dando muito certo, pois eu estou abrindo até dia de sábado à tarde”, conta.

Enquanto a pandemia deu um empurrãozinho para que o número de microempreendedores crescesse nesses últimos meses, a crise também fez com que empresas de grande e médio porte fechassem as portas. Dados da Jucern, a Junta Comercial do Estado, mostram que, nesse ano, 2.480 empresas encerraram as atividades. Em 2019, nesse mesmo período, foram 2.758.

Para que esses novos negócios possam ir ainda mais longe, a recomendação dos especialistas é que fiquem de olho na gestão. Nesse momento, planejamento é essencial. Se qualificar na área que quer atuar e conhecer o mercado fazem toda a diferença.

“Você deve analisar o mercado que está atuando, não investir tudo o que você tem em algo que você não conhece e amadurecer seu negócio para que consiga direcionar os seus negócios, para que sua empresa cresça e consiga se estabelecer no mercado”, considera David Góes.

Por: G1RN

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