Calotes do Itaú e benevolência estatal justificam lucros exorbitantes

0
411

Por Painel Político — O Brasil é realmente uma mãe quando se trata de beneficiar o sistema bancário, principalmente quando são eles que indicam quem comanda o Banco Central, que em tese, deveria regular e aplicar sanções à essas instituições.

Em 2017, segundo ano do governo de Michel Temer, com Ilan Goldfajn, ex-economista chefe do Itaú comandando o Banco Central, o Banco Itaú conseguiu um perdão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) de R$ 25 bilhões após o órgão decidir que o banco não precisava pagar impostos no processo de fusão com o Unibanco. Por conta disso, o Itaú Unibanco teve lucro de líquido recorrente de R$ 6,175 bilhões no 1º trimestre daquele ano.

O Banco Itaú vem acumulando lucros indecentes desde então, quebrando seu próprio recorde ano após ano. Mas deixa um rastro de calotes.

Condenado em 2018 a pagar R$ 7,6 bilhões em um processo judicial em São Paulo, por cobrar taxas acima das contratadas nas linhas de crédito e limite da conta corrente de uma empresa, o processo que transitou em julgado até hoje não foi pago. O banco alega que as contas estavam erradas e que na sua matemática, o valor seria de R$ 3,5 milhões. O problema é que as calculadores do Itaú só diminuem o débito dos credores.

O banco também perdeu um processo em 2014 para um acionista na justiça do Pará. A ação, que também transitou em julgado não cabe mais nenhum argumento, exceto o de pagar o que deve. Mas, ao invés disso, o Banco Itaú deu início a uma série de manobras, algumas criminosas, como a falsa comunicação à justiça e denúncias infundadas contra a magistrada que havia determinado o bloqueio de pouco mais de R$ 2 bilhões nas contas do banco. O interessante é que o SISBAJUD, usado pelo Judiciário, não conseguiu localizar nenhum centavo nos 76 CNPJs do banco, e mesmo assim, os advogados do Itaú tiveram a cara de pau de dizer que a juíza “estava levantando os valores”, que sequer haviam sido encontrados, induzindo os conselheiros do CNJ a erro e até Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal e que também comanda o CNJ.

O Itaú consegue lucros obscenos contando com a benevolência estatal e sucessivos calotes em seus credores, e vai saindo impune porque acredita estar acima da lei.

O Conselho Nacional de Justiça tem uma grande oportunidade para punir o banco, a começar pelos prepostos que fizeram uma falsa comunicação e estão deixando o Conselho em uma situação delicada devido a tentativa do banco em institucionalizar o calote com falsas alegações.

Deixe uma resposta