Navio Fantasma: cirurgião plástico explodiu lancha de R$ 750 mil para receber seguro

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Por Metrópoles — Um cirurgião plástico que atua no Distrito Federal e em Goiás foi um dos principais alvos de mandados de busca e apreensão cumpridos no âmbito da Operação Navio Fantasma pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), nessa terça-feira (15/12). O médico Wilian Pires, segundo as investigações, forjou o incêndio que destruiu um barco de luxo de 50 pés. A lancha foi incendiada em 11 de dezembro do ano passado, por volta das 20h, às margens do Lago Corumbá, em Caldas Novas (GO).

O cirurgião teria assinado o seguro do barco e se intitulou proprietário. Logo em seguida, com a ajuda de comparsas, simulou o incêndio para receber o dinheiro do seguro. Os valores seriam perto de R$ 800 mil. Os investigadores da DRF foram até o apartamento do médico na Quadra 403 Norte, mas não o encontraram. Ele estaria em Goiânia, onde também atende pacientes interessados em passar por procedimentos estéticos.

Nas redes sociais, Wilian Pires, que se apresenta como especialista em lipoaspiração de alta definição e mamoplastia de aumento, faz questão de ostentar uma rotina de luxo, com muitas viagens ao exterior. Sempre na companhia de belas mulheres, o médico também compartilha com seus seguidores passeios de barco e comemorações em restaurantes badalados da capital federal e em locais paradisíacos, como Fernando de Noronha.

Indiciamento

O médico será indiciado por estelionato e associação criminosa. Ele é aguardado pelos policiais para ser ouvido no âmbito da Operação Navio Fantasma, que desarticulou uma associação criminosa especializada em forjar acidentes automobilísticos e receber altos valores pagos pelas seguradoras.

O Metrópoles apurou que a participação do médico estaria restrita à explosão da lancha e não teria ligação com os golpes envolvendo os veículos de luxo. A reportagem procurou o cirurgião para falar sobre o caso, mas ele não respondeu aos questionamentos.

A força-tarefa cumpriu 12 mandados de busca e apreensão nas regiões do Lago Sul, da Asa Norte, de Vicente Pires, Taguatinga, do Guará, de Águas Claras e do Núcleo Bandeirante. De acordo com as diligências da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri), os investigados agiram nos últimos dois anos e forjaram dezenas de acidentes envolvendo carros de luxo, como BMW e Porsche, entre outros. No total, foram destruídos 10 veículos.

As apurações da DRF apontaram que os acidentes forjados ocorreram no setor de Clubes Esportivos Sul e na DF-140, nas proximidades do Complexo Penitenciário da Papuda, sempre durante a madrugada. Em todos, houve choque proposital da coluna central dos veículos, dano estrutural que conduz necessariamente à perda total.

Foto: Reprodução.

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