Ex-vereadora de Natal encerra militância partidária e acusa grupos políticos de racismo, machismo e xenofobia

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Por Redação Trampolim da Notícia — A ex-vereadora de Natal pelo PSTU, Amanda Gurgel, publicou um relato em suas redes sociais sobre o “encerramento” da sua militância partidária neste sábado (19). Amanda alega que rompeu com alguns grupos políticos por encontrar casos de racismo, machismo e xenofobia dentro do meio.

Confira a publicação:

“Uma ativista independente passando na sua time line
2020 foi o ano em q encerrei a minha militância partidária. Dos meus 19 anos de atuação nos movimentos sociais, 10 foram dedicados à militância orgânica, da qual me despedi, oficialmente, desde o mês de julho. Ao todo, foram 7 anos no PSTU, com o qual rompi, coletivamente, para fundar o MAIS, que existiu por pouco mais de 1 ano, até dissolver-se na Resistência, na qual permaneci por mais 2 anos.
Quis deixar este registro, a titulo de retrospectiva, não para discutir o tema mas, primeiro, para não esquecer que 2020 foi o ano em que se deu esse marco importante da minha trajetória militante, relembrando um pouco das suas razões. Depois, para dar satisfação sobre este novo momento às pessoas queridas com quem ainda não tenha conseguido conversar diretamente.
Daqui a alguns anos, quero lembrar que apesar de dolorosa, essa ruptura foi também serena, pois não havia outras alternativas em questão. Apesar de ter sido vítima de um processo de machismo, cuja culminância foi o impedimento de que eu realizasse a tarefa que organização tinha designado para mim, foi por não concordar com o próprio projeto da corrente, que me desliguei da Resistência.
Consegui enxergar q a forma como lidaram com o problema do machismo – que no caso de uma mulher negra e nordestina, situada no sul do país, dificilmente estaria desvinculado do racismo e da xenofobia – era apenas mais uma das consequências do caminho que a organização optou por trilhar. Opção essa que eu continuo respeitando, muito sinceramente.
Aos poucos, percebi que os meus princípios não coincidiam com os que iam se manifestanso na conduta da Resistência e se consolidando como parte dela. E em função da divergência de princípios, vinha também se estabelecendo entre nós, uma relação de baixa reciprocidade.
Não acredito que haja algo em mim que me torne melhor ou mais útil para a revolução do que qualquer coletivo. E acredito muito seriamente no contrário também. O fato de sermos profundamente diferentes, não nos torna melhores, nem piores. Nem mais úteis, nem menos úteis para a revolução. Nos torna apenas isto: profundamente diferentes.
Por isso, daqui a alguns anos, o que não posso esquecer é que esta ruptura – que pode ter parecido uma derrota para uma revolucionária forjada na atuação coletiva e no efetivo centralismo democrático – consistiu no exercício prático e inadiável do empoderamento que um dia foi pauta cotidiana na minha formação política. Consistiu, na verdade, em uma conquista.
E seguimos 👊🏽💜”.

https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=1042123702929183&id=100013946898192,

Foto: Redes sociais.

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