Sem plano próprio de vacinação contra a Covid-19, RN seguirá orientações do governo federal para imunizar população

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O Rio Grande do Norte aguarda uma definição do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19 por parte do governo federal para seguir com a logística de vacinação contra a doença. O estado não tem plano próprio, como é o caso, por exemplo, de São Paulo.

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) explicou, no entanto, que o Executivo já trabalha com a aquisição insumos e materiais necessários à aplicação da vacina.

“O Estado vem de forma planejada se estruturando para que, quando essa vacinação tiver disponível pelo programa nacional de vacinação, a gente possa, com segurança, garantir a oferta à população”, explicou Maura Sobreira, secretária adjunta da Sesap.

“Assim estão sendo feitas as aquisições de equipamentos refrigerados para garantir o armazenamento adequado de imunobiológicos, tanto no nível central como nas regionais de saúde, o transporte adequado deles, além de insumos como seringas e agulhas para que não haja falta para garantia da oferta à população”.

A Sesap explicou também que definiu um planejamento para capacitar profissionais de saúde para a aplicação da vacina.

“Em parceria com o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) da UFRN, estamos desenvolvendo um módulo para formação EAD dos vacinadores que estarão garantindo a realização dos procedimentos junto à população”, frisou a secretária adjunta.

No Brasil ainda não há vacina contra a Covid-19 autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No domingo (6), a governadora Fátima Bezerra (PT) reforçou posicionamento das entidades nacionais dos secretários estaduais (Conass) e municipais (Conasems) de saúde cobrando agilidade no plano de imunização contra a Covid-19.

“O Estado não medirá esforços para que a vacina chegue a toda a população e seja acessível em todos os níveis populacionais. Reforço a imprescindível inclusão dos profissionais da educação na imunização da Covid, além dos outros grupos prioritários, conforme já definido nacionalmente”, disse.

Com o risco de insuficiência no fornecimento das imunizações no Brasil, a governadora Fátima Bezerra sugeriu no Fórum dos Governadores que seja solicitada uma nova reunião com o Ministério da Saúde para tratar da implementação do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19 e do planejamento estratégico com as ações desenvolvidas pelos governos federal, estadual e municipal.

Plano do governo federal

Na terça-feira (1°) passada, o Ministério da Saúde divulgou uma estratégia “preliminar” de vacinação da população contra a Covid-19. O plano do governo federal é fazer a imunização em etapas. Confira:

Primeira fase: trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena.
Segunda fase: pessoas de 60 a 74 anos.
Terceira fase: pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da Covid-19 (como pacientes com doenças renais crônicas e cardiovasculares).
Quarta fase: professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.

Atualmente, o governo federal tem acordos firmados para garantir 142,9 milhões doses de vacinas, com a Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões) e Covax Facility (42,5 milhões). Porém, nenhuma das imunizações tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Iniciativas no Brasil

O governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (7) o plano estadual de vacinação da CoronaVac, vacina da China que também está em testes na capital do país.

A imunização é produzida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

A previsão do governo paulista é de que a vacina comece a ser aplicada em janeiro de 2021. Entretanto, a CoronaVac ainda não foi liberada pela Anvisa. Apesar disso, o Executivo de São Paulo diz que iniciará a imunização da população mesmo sem investimento do governo federal.

No Espírito Santo também há plano de imunização estadual elaborado. Na sexta-feira (4), o governo da região anunciou que está em contato com laboratórios para adquirir a vacina. Porém, não há previsão de quando as doses começarão a ser aplicadas.

Em Porto Alegre (RS), a prefeitura divulgou, em outubro, que reservou R$ 150 milhões do orçamento do ano que vem para a compra de vacinas contra a Covid-19, que já estejam aprovadas. O prefeito do município, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), disse que espera que as doses sejam apresentadas pelo governo federal, mas, caso contrário, terá caixa para a compra.

Vacinação começa no Reino Unido

O ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, anunciou que a vacinação contra a Covid-19, no país, começa nesta terça-feira (8). Ele destacou que esse é “um momento histórico”. Cerca de 800 mil doses devem estar disponíveis na primeira semana.

Maiores de 80 anos, funcionários de saúde na linha de frente e funcionários e moradores de casas de repouso terão prioridade nessa primeira fase. A imunização em massa dos britânicos com mais de 50 anos, além dos adultos com alguma doença pré-existente, deve acontecer em 2021.

O Reino Unido comprou, no total, 40 milhões de doses da vacina da Pfizer/BioNTech. Como cada pessoa precisa de duas doses, 20 milhões de pessoas serão imunizadas. Quem for imunizado vai ganhar um cartão comprovando que recebeu as doses.

Foto: John Cairns / University of Oxford / AFP.

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