O presidente Donald Trump decidiu cortar o limite dos embarques de aço permitidos do Brasil, citando uma queda no mercado americano. 

Em uma proclamação emitida na última-sexta-feira, Trump alterou uma decisão anterior sob os chamados poderes de segurança nacional da Seção 232 para reduzir o limite de importações permitidas. Os limites foram definidos em 2018 como parte de um acordo entre Brasil e EUA para evitar as tarifas que o presidente americano aplicou a outros países.

Trump citou uma queda no mercado siderúrgico americano, que se acelerou em meio às paralisações estimuladas pela pandemia do coronavírus. “As importações da maioria dos países caíram este ano de forma compatível com essa contração, enquanto as importações do Brasil diminuíram apenas ligeiramente”, disse o presidente americano na proclamação.

Os EUA irão, pelo restante de 2020, reduzir o limite “aplicável a certos artigos de aço importados do Brasil”. A proclamação não especifica quais, e os EUA permitirão isenções em certos casos. Os novos limites vêm após conversas com o Brasil, que enfrentou a ameaça de uma tarifa de 25%.

“Os Estados Unidos e o Brasil realizarão novas consultas em dezembro de 2020 para discutir a situação do comércio do aço entre os dois países à luz das condições de mercado então prevalecentes”, disse o presidente americano. O limite anual do Brasil será revertido ao seu nível anterior em 2021, “a menos que esse limite seja posteriormente modificado ou encerrado.”

— Foto: AP Photo/Jim Mone

Os preços de referência do aço nos EUA caíram 12% este ano, uma vez que a pandemia do coronavírus esmagou a demanda em todos os setores, entre eletrodomésticos, automóveis e construção civil. 

Executivos americanos do aço disseram esta semana em uma das maiores conferências do setor na América do Norte que a recuperação para os níveis de antes da pandemia ainda vão demorar provavelmente um ou dois anos.

Fonte: Valor Econômico. 

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